Maternidade e Paternidade: A diferença entre o filho Desejado e o filho Real
- mariana ozório
- 12 de fev.
- 2 min de leitura
Atualizado: há 4 dias

A questão sobre ter ou não ter filhos é recorrente na história da humanidade, uma vez que, assim como qualquer outra escolha que o sujeito faz, aponta para ele e implica no seu desejo.
Esse desejo (de ter filhos ou de não tê-los) está relacionado diretamente com o Complexo de Édipo, onde nos perguntamos sobre a nossa origem e sobre a nossa finitude. As perguntas norteadoras do Édipo são: de onde viemos? e para onde vamos?
No Édipo, o desejo de ter filhos está relacionado com a identificação. Identificação essa por amor ou por inveja. No caso do amor, o desejo de ter filhos está relacionado a ser igual a mãe/pai que a pessoa teve; já no caso da inveja, o desejo é de superar esses pais. Nesse sentido, para a Psicanálise, há um certo egoísmo tanto na escolha de se ter filhos quanto em não tê-los.
Se perguntássemos aos nossos pais sobre o desejo deles de terem filhos, ou seja, de onde vem esse desejo, nos depararíamos com uma pergunta sem resposta, pois o desejo de ter filhos aponta para um desejo narcísico, o que faz com que o filho desejado seja diferente do filho que se tem.
O filho desejado versus o filho real

O filho desejado ou filho idealizado diz respeito a uma imagem projetada pelos pais, muitas vezes uma fantasia criada por suas expectativas, desejos e até mesmo por necessidades emocionais não satisfeitas. Esse filho não é uma pessoa real, mas uma construção idealizada que atende a um conjunto de desejos e expectativas inconscientes.
Já o filho real é o ser humano que vem, que nasce. Esse sujeito único e, em um primeiro momento, desconhecido por seus pais, possui personalidade, temperamento, desejos e características próprias, que muitas vezes não correspondem às expectativas dos pais.
A psicoterapia tem como objetivo auxiliar na lida com a frustração que os pais podem sentir quando se deparam com o filho real, em contraste com o filho idealizado por eles. Em uma psicoterapia individual pautada em uma visão psicanalítica, o processo de desidealização do filho desejado é uma parte importante para o desenvolvimento emocional dos pais e para o estabelecimento de uma relação saudável com os filhos, onde pais e filhos respeitam a individualidade e a singularidade de cada um.
Dessa forma, a psicoterapia buscará ajudar o paciente que é pai e mãe a conseguir distinguir entre o filho real e as suas expectativas pessoais sobre ele, de maneira a possibilitar o estabelecimento de uma relação autêntica e saudável. Como, também, auxiliar aos filhos na sustentação de sua individualidade, não cedendo ao caprichoso desejo (infantil) de seus pais, e tendo a coragem de ser quem se é.
A relação entre pais e seus filhos pode ser desafiadora, assim como, a dinâmica individual de cada família e entre seus membros. Se você está vivenciando algum tipo de conflito familiar, a psicoterapia é pra você! Ela oferece um espaço seguro para explorar essas questões e dinâmicas familiares com mais profundidade e autocompreensão.
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