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Amor Idealizado x Amor Possível: quando o amor deixa de ser um encontro e vira uma fantasia

  • Foto do escritor: mariana ozório
    mariana ozório
  • 12 de nov.
  • 2 min de leitura

Atualizado: há 2 dias



O amor como construção — e não como conto de fadas


Na cultura contemporânea, é comum associar o amor à ideia de completude: encontrar “a pessoa certa”, “a metade da laranja” ou “o amor da vida”.


Mas, sob a ótica da psicanálise, o amor idealizado nasce justamente do desejo de preencher uma falta — uma tentativa de encontrar no outro algo que acalme o que há de mais inquietante em nós.


Um casal onde não é possível ver seus rostos se abraçando

Quando o amor é idealizado, ele deixa de ser um encontro entre dois sujeitos reais e passa a ser uma relação entre alguém e a fantasia que esse alguém criou sobre o outro. É como se amássemos a imagem que projetamos, e não a pessoa em si.


Freud e Lacan apontam que o amor, quando sustentado pelo ideal, inevitavelmente gera frustração. Isso porque o outro real nunca corresponde totalmente ao que imaginamos. Ele escapa, tem limites, desejos próprios — e é nesse ponto que o amor idealizado começa a ruir.


Muitos sofrimentos afetivos vêm justamente da tentativa de manter o outro dentro dessa imagem ideal: o parceiro que deve adivinhar o que sentimos, suprir nossas faltas e nos fazer felizes o tempo todo. Esse tipo de amor não deixa espaço para o encontro verdadeiro, que implica reconhecer a diferença e aceitar a incompletude como parte da relação.


O amor possível: quando o encontro é entre dois sujeitos


O amor possível não é o amor “perfeito”. É aquele que se sustenta no reconhecimento de que o outro é outro — com sua história, desejos e limites.


Na psicanálise, amar de forma possível é abrir espaço para o real, para aquilo que escapa ao controle e às idealizações. É também um amor que permite a falta, sem tentar tamponá-la.


É o amor que não busca se completar no outro, mas se relacionar com ele a partir do que cada um é.



Casal andando pela rua, não é possível ver seus rostos.

O ideal amoroso e o sofrimento contemporâneo


Em tempos de redes sociais, o amor idealizado ganha novas formas: casais perfeitos no Instagram, promessas de amor incondicional e uma busca constante por uma relação sem conflitos. Esse cenário reforça fantasias e amplia o mal-estar.


Muitos pacientes chegam à terapia frustrados porque o amor real parece “menos intenso”, “menos mágico” ou “menos recíproco”. Mas, na verdade, é o amor idealizado que adoece — ele impede o sujeito de se relacionar com o que é vivo, imperfeito e possível.



Como a terapia pode ajudar


A psicoterapia é um espaço para elaborar essas idealizações e compreender de onde vem o modo como você se relaciona com o amor.


Com base na psicanálise, é possível investigar as repetições, os desejos inconscientes e os fantasmas que se atualizam nas relações amorosas.


O trabalho clínico permite sair do ciclo da fantasia e se aproximar de um amor mais possível — aquele que não apaga o sujeito, mas o faz existir no encontro com o outro.


🌿 Se você sente que tem vivido relações marcadas pela idealização, dependência ou repetição, talvez seja o momento de olhar para isso com mais cuidado.


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